Apresentação das XXI Jornadas Ciências Farmacêuticas

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XXI Jornadas de Ciências Farmacêuticas
do Instituto Universitário de Ciências da Saúde

Interação dos farmacêuticos com outros profissionais de saúde
Centro de Congressos da Alfândega do Porto
08 de abril de 2022

 

O farmacêutico nas suas múltiplas tarefas que desempenha na área da saúde e funções societárias conexas, interage com outros profissionais de saúde que funcionam em cooperação para melhoria das condições de vida e dos acessos a cuidados de saúde dos cidadãos, nomeadamente nos que se relacionam direta ou indiretamente com o medicamento e demais produtos de saúde.
No âmbito destas jornadas, serão abordadas temáticas e perspetivas da interação com os diversos profissionais de saúde na prática diária e como estas são promotoras de um franco desenvolvimento de padrões elevados de prestação de cuidados de saúde no âmbito do serviço nacional de saúde ou nas prestações de serviço ao nível de entidades privadas, alicerçadas no contexto multidisciplinar e de cooperação necessária à melhoria continua dos serviços prestados.

 

08 de abril

9h15 – Sessão de Abertura
Vítor Seabra
Coordenador do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

PAINEL I: A interação dos profissionais de saúde com o farmacêutico
Moderadores: Cláudia Ribeiro e José Carlos Andrade

9h30
A interação com o farmacêutico – a perspetiva de um delegado de informação médica
Pedro Craveiro - Delegado de Informação Médica – L’Oréal Portugal

10h00
A interação com o farmacêutico – a perspetiva de um nutricionista
Ana Leão – Nutricionista – Hospital Santa Maria – Porto

10.30h- Pausa para Café

11h00
Médicos Veterinários parceiros dos farmacêuticos
Carlos Godinho – Médico Veterinário – Diretor Técnico Globalvet Lda.

11h30
A interação com o farmacêutico – uma perspetiva da saúde oral
Barbas do Amaral - Médico Estomatologista

12h00
A interação com o farmacêutico – a perspetiva de um podologista
Manuel Portela - Podologista – Portela Clínica

Espaço para Discussão

12h45 - Pausa para Almoço

14h00
PAINEL II: A interação do farmacêutico com o médico e outros profissionais de saúde – experiências na primeira pessoa
Moderadores: Francisco Silva e Vítor Seabra

Maria Miguel - Farmacêutica Comunitária - Farmácia Rocha Barros - Baião
Catarina Andrade – Farmácia Central – Ovar
Cláudia Barros – Farmácia Barreiros – Porto
Ana Ramôa – Médica – Medicina Geral e Familiar – USF Espaço Saúde - Porto
Rute Castro – Farmacêutica Hospitalar – Hospital do Terço - Porto

16h00 - Pausa para Café

16h30
Vera Relvas – Farmacêutica Hospitalar – CHEDV - Santa Maria da Feira
Manuela Machado – Médica Oncologista – CHEDV - Santa Maria da Feira
Michael Luís – Médico Oncologista – Serviço de Cuidados Paliativos – IPO – Porto

18h00 - Sessão de Encerramento
Vítor Seabra

08 de abril

A interação com o farmacêutico – uma perspetiva da saúde oral

Barbas do Amaral - Médico Estomatologista

A colaboração dos profissionais de saúde permite a prestação de cuidados mais abrangentes aos doentes, o que contribui para a melhoria da qualidade do tratamento, redução da incidência de erro médico, menor tempo de internamento e menor taxa de mortalidade, pelo que têm aumentado as ações que valorizam a importância dos cuidados interprofissionais.
A Organização Mundial da Saúde realça a colaboração entre os diferentes profissionais de saúde, como uma prática padrão no atendimento ao doente, e um elemento crítico para garantir uma elevada qualidade do serviço de saúde.
Em muitos países, a colaboração entre médicos e farmacêuticos está formalmente estabelecida como acontece por exemplo, nos EUA. Na Austrália, os farmacêuticos, após referenciação do clínico geral, realizam revisões de medicamentos domiciliares, visando melhorar a segurança e eficácia da farmacoterapia. Nos Países Baixos, farmacêuticos e médicos de medicina geral e familiar, organizam reuniões regulares de auditoria de farmacoterapia para melhorar a sua qualidade.
Em Portugal a realidade anda muito distante dos exemplos referidos. O Decreto-Lei nº 44 204, de 2 de fevereiro de 1962 deu origem ao Estatuto da Farmácia Hospitalar. A valorização do farmacêutico hospitalar foi-se construindo, e o Despacho nº 2325/2017, publicado no DR nº 55/2017, 2ª série, de 17 de março, determina a missão e aprova o regulamento das Comissões de Farmácia e Terapêutica (CFT) das entidades de natureza hospitalar do sector público.
No CHUPorto com a publicação do Despacho n.º 1083/2004, de 1 de Dezembro de 2003, é regulamentada a CFT que, entre outras atribuições, actua como órgão de ligação entre os serviços de acção médica e os serviços farmacêuticos, pronuncia-se sobre a correcção da terapêutica prescrita aos doentes e aprecia com cada serviço hospitalar os custos da terapêutica que periodicamente lhe são submetidas.
A colaboração entre os vários profissionais médicos na CFT tem como resultado, o aparecimento de normas e procedimentos comuns a todos os serviços hospitalares, entre as quais podemos destacar as seguintes: antibioprofilaxia da Infeção do Local Cirúrgico resultante da “Conferência de consenso como estratégia de implementação de uma política de antimicrobianos no HGSA”; a introdução de uma folha de prescrição de antibióticos obrigatórios aquando da admissão do doente no SU ou no Internamento; a Campanha de higiene das mãos; a dispensa dos medicamentos em dose individual única e a prescrição electrónica.
A importância da comunicação médica com a CFT advém da necessidade do primeiro em conhecer as várias formulações medicamentosas, de conhecer as várias interacções medicamentosas em doentes cada vez mais polimedicados, da preparação de formulações magistrais e da utilização adequada dos fármacos biológicos para o tratamento das doenças auto-imunes.
Actualmente, com a prescrição electrónica o contacto pessoal com o farmacêutico hospitalar é mais raro. Os programas de prescrição electrónica são concebidos com alertas que são visíveis caso se prescreva um fármaco a que o doente é alérgico ou se a sua dosagem não se adequa no caso do doente com doença renal. Cabe no entanto sublinhar, que estes programas são concebidos com a participação de todos os profissionais de saúde envolvidos no tratamento do doente, pois é este que é, a razão de ser das nossas profissões.


A importância e interação do farmacêutico numa UCC/Hospital

Rute Castro – Farmacêutica Hospitalar – Hospital do Terço - Porto

O farmacêutico hospitalar integra uma vasta equipa multidisciplinar de saúde que trabalha nos hospitais, estando diretamente envolvido na aquisição e boa gestão dos medicamentos. O farmacêutico hospitalar é também responsável pela preparação e distribuição dos medicamentos pelas enfermarias, gerando a informação de natureza clínica, científica ou financeira que o sistema carece.
No Hospital do Terço queremos ir mais além, e temos a saúde do utente como prioridade, por isso, como farmacêutica desenvolvi uma relação de confiança com a equipa médica, equipa de enfermagem, nutricionista e equipa de fisioterapia e trabalhamos todos em equipa no sentido de promover a reabilitação e saúde dos utentes.
Um Farmacêutico clínico numa unidade de cuidados continuados/hospital tem um impacto positivo nos resultados clínicos do doente e aumenta a eficiência, segurança e efetividade do medicamento, antecipando/prevenindo possíveis problemas que possam surgir.
O Farmacêutico tem um papel importante e é reconhecido dentro da sua equipa como um elemento que acresce valor á prática clínica.