Apresentação das XX Jornadas de Psicologia

As XX Jornadas Científicas de Psicologia do Departamento de Ciências Sociais e do Comportamento do Instituto Universitário de Ciências da Saúde decorrerão nos dias 11 e 12 de Abril de 2019, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, subordinadas ao tema: ”Adolescer”

À semelhança de outros anos, as Comissões Organizadora e Científica das XX Jornadas de Psicologia do IUCS pretenderam promover um espaço de debate e reflexão entre alunos, profissionais, clínicos e investigadores, de diferentes áreas do saber, criando-se a oportunidade de atualização técnico-científica, partilha de experiências e troca de ideias.

Simultaneamente, procuraram encorajar o envolvimento ativo dos alunos (representados pelo Núcleo de Psicologia da Associação de Estudantes do IUCS), em estreita articulação com o corpo docente do Departamento de Ciências Sociais e do Comportamento, na organização de um evento científico de elevada qualidade.

Para as Jornadas deste ano foi selecionado o tema da Adolescência por constituir uma etapa do ciclo vital de grande importância na continuidade das tarefas já iniciadas na infância e na manutenção de um percurso que se impõe consistente na preparação da vida adulta.

Palco de um conjunto de comportamentos de risco, bem como de crescimento sólido e seguro e de autonomia, consideramos pertinente explorar a fase da Adolescência nas suas diferentes nuances: a importância da imagem corporal, as relações interpessoais, a vivência da sexualidade, as dependências, a convivência com a doença e o impacto do luto nesta fase. Estas temáticas serão abordadas por investigadores e clínicos prestigiados com experiências relevantes no processo de Adolescer.

Porque a sua presença é importante para o enriquecimento desta iniciativa, não podemos deixar de contar consigo, pelo que esperamos vê-lo(a) em Abril, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

Em nome da Comissão Organizadora,
Joana Soares; Luísa Sousa; Filipa Nunes; Filipa Martins; Fátima Silva; Vânia Gonçalves; Vera Almeida; Manuela Leite; Luís Monteiro; Maria dos Prazeres Gonçalves; Maria Emília Areias

11 de abril

14h15 – 15h “O melhoramento humano: a visão do especialista numa perspetiva multidimensional” 

Manuel Sobrinho Simões, Faculdade de Medicina do Porto (FMUP)
Sala do Infante – em conjunto com as XI Jornadas Científicas do Departamento de Ciências do Instituto Universitário de Ciências da Saúde

15h Sessão de abertura
Maria Emília Areias, Instituto Universitário de Ciências da Saúde (IUCS)

15.15h – 16h Conferência inaugural – “Adolescência e sexualidade”
Gabriela Moita, Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social - CLISSIS

16h – 17h Sex teen: “Intimamente (des) ligados”
Manuela Moura, Centro Hospitalar Universitário de S. João do Porto (CHUSJ)
Zélia Figueiredo, Hospital de Magalhães Lemos (HML, EPE)

17h – 17.30h Coffee break

17.30h – 18.30h Grief teen: “Vidas interrompidas”
Ana Santos, Progresso Infantil (PIN)
Filipe Martins, Faculdade de Educação e Psicologia – Universidade Católica Portuguesa (UCP)
Noémia Carvalho, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS)

12 de abril

9.30h – 10h Relation teen: (des)complicando
Mafalda Ferreira, Associação Plano I
Jorge Peixoto Freitas, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação – Universidade do Porto (FPCEUP)

10h – 10.30h Coffee break

10.30h – 11.30h Image teen: “Espelho meu, espelho meu…”
Isabel Brandão, Centro Hospitalar Universitário de S. João do Porto (CHUSJP)
Sandra Torres, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação – Universidade do Porto (FPCEUP)

11.30h – 12.30h Workshop “(Des)dramatizar a adolescência – à luz do modelo Psicodrama Moreniano”
Mariana Fontoura, Centro Hospitalar Universitário de S. João do Porto (CHUSJP)

12.30h – 14h – Pausa Almoço

14h – 15h Addiction teen: “Qual é a tua?”
Ana Isabel Tavares, DICSDO
Teresa Sofia Castro, Instituto Superior da Maia (ISMAI)

15h – 16h Ill teen: “(con)viver com a doença”
Ana Paula Matos, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação – Universidade de Coimbra (FPCEUC)
Maria Emília Areias, Instituto Universitário de Ciências da Saúde – CESPU
Susana Moutinho, Instituto Português de Oncologia (IPO)

16h – 16.30h Coffee break

16.30h – 17.30h Comunicações livres

17.30h – 18.30h Encerramento das jornadas

11 de abril

Grief teen – “vidas interrompidas”

“Luto na adolescência - especificidades à luz do modelo integrativo"
Ana Santos, Progresso Infantil (PIN)

Resumo: O Modelo Integrativo, focado no processo de luto, conjuga diferentes modelos. Além disso, este modelo foca-se na função dos comportamentos, mais do que na expressão sintomática, bem como nas tarefas terapêuticas do luto, mais do que nas fases.
Por todos os desafios inerentes a esta fase de desenvolvimento e pela complexidade do luto, precisamos saber melhor como olhar o luto na adolescência.
Deste modo, com base nas dimensões intrapessoal (vivência interna) e interpessoal (relação com os outros e a revisão da relação com a pessoa perdida), pretendemos reflectir sobre: as necessidades relacionais no adolescente em luto, alguns indicadores importantes sobre a sua regulação emocional, a chamada “pseudosofisticação”, a importância de procurar a função do seu comportamento (mais do que ajuizar o seu comportamento), bem como o impacto do luto em contexto escolar.
De modo geral pretendemos, com esta comunicação, desmistificar ideias sobre o luto na adolescência criando olhares mais humanizados e rigorosos sobre como traçar caminhos terapêuticos.

12 de abril

Relation teen – “(des)complicando”

“Observatório da Violência no Namoro: resultados relativos ao 2º ano”
Mafalda Ferreira, Associação plano I

Resumo: O Observatório da Violência no Namoro (ObVN) é uma plataforma online através da qual se efetua um levantamento nacional, em formulário próprio, de caráter anónimo e confidencial, acerca de situações de violência no namoro vividas ou testemunhadas por alunos/as, professores/as, técnicos/as, assistentes operacionais e pelo público em geral que se compromete a divulgar e sistematizar anualmente os seus resultados online e através dos media de modo a estimular a reflexão política, académica, profissional e social sobre a Violência no Namoro.
No seu segundo ano de existência, 2018, o ObVN recebeu 101 denúncias. A maioria das denúncias foi efetuada por ex-vítimas (n=47), seguindo-se as denúncias efetuadas por testemunhas (n=42) e por vítimas (n=12). 90.1% das vítimas são do sexo feminino e 92.1% dos/as agressores/as do sexo masculino. No que concerne às tipologias da violência, destaque para a violência psicológica, denunciada em 93.9% dos casos, seguida da violência física (59.9%), social (45%), stalking (41%), sexual (21%) e ameaças de morte (19%).
O ObVN revela-se um importante instrumento para a desocultação das situações de vitimação não identificadas pelos mecanismos de denúncia formais, permitindo a tomada de conhecimento acerca da caraterização do fenómeno, com vista à implementação de medidas de prevenção e intervenção adequadas.

Palavras chave: violência no namoro, observatório, uni+ 2.0, denúncias.

“JOVIGUAL: Percursos entre a Diferença e a Igualdade”
Jorge Peixoto Freitas, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação – Universidade do Porto (FPCEUP)

A nossa participação nestas Jornadas tem como objetivo apresentar o JOVIGUAL – Alianças de Jovens para a Igualdade de Género e suas metodologias de trabalho. O JOVIGUAL define-se como um projeto de sensibilização, tendo como público-alvo de intervenção jovens de territórios diversos. Tem como objetivos desenvolver atividades e dinâmicas de consciencialização para a Igualdade de Género e, em simultâneo, conceber produtos de efeito perdurante e de ampla disseminação. Desta forma, pretende-se que os/as jovens se tornem elementos de multiplicação de efeitos no seu contexto social, de grupo, mas também nas redes sociais, possibilitando a transformação social e a implementação de um posicionamento de equidade.
Focando o nosso trabalho com adolescentes, pretende-se explorar a nossa metodologia de trabalho, na qual é uma premissa constante dar voz aos/às participantes. Refletiremos sobre as suas perceções das construções de género e como estas (des)orientam as suas vivências, expressões e escolhas. Será ainda evidenciada a sua participação comprometida nas atividades realizadas, e sua disponibilidade para pensar, questionar e descomplicar as relações em torno do género.
Exibiremos os principais produtos criados enquanto recursos pedagógicos (de acesso livre), e a rede de parcerias criada, que possibilita a execução do projeto.
Por fim, discutiremos os resultados atingidos até ao momento, as boas práticas desenvolvidas e as implicações do efeito multiplicador na comunidade.

 

Image teen: “Espelho meu, espelho meu…”

“Promoção da autoestima corporal: A experiência em contexto escolar”

Sandra Torres, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação – Universidade do Porto (FPCEUP)

Resumo: A aparência física é a das maiores causas de preocupação dos jovens nos países desenvolvidos e tem-se tornado uma característica central na autodefinição de homens e mulheres. Este cenário é preocupante uma vez que a insatisfação corporal está associada a uma baixa autoestima, níveis mais elevados de depressão e práticas pouco saudáveis para o controlo do peso. Neste sentido, torna-se relevante a adoção de estratégias que permitam atuar preventivamente junto dos jovens, visando a promoção da autoestima corporal. O programa “Dove, Eu confiante” surgiu com esse intuito. Ele foi desenvolvido na Universidade West of England em Bristol, financiado pela Dove Social Mission, e foi recentemente validado em Portugal, em contexto escolar, ao nível do 3º ciclo. Nesta comunicação será efetuada uma breve descrição do programa em termos de conteúdos, atividades desenvolvidas e metodologia de aplicação adotada. Serão também apresentados dados preliminares sobre a sua eficácia, testada em 354 estudantes. Por fim, serão apresentadas algumas pistas para o futuro que permitam a extensão e melhoria deste tipo intervenção.

 

Addiction teen - “Qual é a tua?”

 “A adolescência – trilhos do desenvolvimento”

Ana Isabel Tavares, DICSDO

Resumo: A Organização das Nações Unidas considera que as bases para a idade adulta se estabelecem na adolescência, e que apesar da maioria dos adolescentes ser saudável, o consumo de substâncias psicoativas ainda é um fator de risco a que muitos adolescentes estão expostos.

Partindo da analogia da vida como um caminho, encara-se a fase da adolescência como um trilho do desenvolvimento. Metaforicamente, existe uma certa tendência a aspirar que o adolescente não saia do trilho, como se esta fase desenvolvimental fosse uma linha de comboio, onde se sabe sempre o percurso, nada é inesperado e tudo o que é, pode originar grandes acidentes. Pois, na adolescência, decorrente das grandes transformações biológicas, psicológicas e sociais, o caminho pode ser tudo menos certo, pode ser tudo menos trágico, isto é, pode ser tudo…

Deste modo, somos obrigados a pensar e a interrogarmo-nos. Será que todos os adolescentes usam substâncias psicoativas? Qual a sua função nesta fase do caminho?

“É uma situação complicada! – perspetivas de crianças e jovens sobre riscos, oportunidades e mediação online”

Teresa Sofia Castro - Universidade Nova de Lisboa (ICNOVA)

Resumo: Crianças e jovens crescem atualmente em ambientes de convergência mediática. A sua experiência do digital acentuou-se na última década com a entrada em cena de dispositivos como o smartphones e o tablet, aos quais se vieram juntar outros objetos smart, serviços e aplicações.

A avaliação dos benefícios e riscos que estas possibilidades digitais trazem depende de muitos fatores. A pesquisa EU Kids Online tem demonstrado que oportunidades e riscos da internet andam de mãos dadas, na lógica de quanto mais, tanto mais: quanto mais os jovens usam a internet, tanto mais beneficiam das oportunidades, adquirem competências, e estão expostos a riscos. E demonstrado que a exposição a riscos não conduz necessariamente a danos: para muitos jovens, como acontece com os riscos offline, o contacto online com conteúdos e situações de interação e comunicação arriscada pode levar à aquisição de estratégias de resiliência para afrontar e gerir situações de perigo.

Assim, nesta intervenção, serão apresentados os primeiros resultados nacionais do inquérito EU Kids Online, realizado em 2018, em território nacional, junto de 1974 crianças e jovens (entre os 9 e os 17 anos), caracterizando-os no que toca a usos, oportunidades, riscos e mediações da internet.

Os dados serão complementados com um outro estudo, onde as vozes de crianças e jovens e o que pensam sobre as suas vidas mediadas com e por tecnologia, ajudam a desenredar algumas das complexidades intrínsecas à relação que desenvolvem com e através desses dispositivos.

 

Ill teen – “(con)viver com a doença”  

“Prevenção da depressão em adolescentes em risco: resultados de um follow up de 24 meses”

Ana Paula Matos, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação – Universidade de Coimbra (FPCEUC)

Resumo: Um programa cognitivo-comportamental desenvolvido para prevenir o primeiro episódio de depressão em adolescentes em risco, aplicado previamente na Islândia, foi adaptado culturalmente e estudado numa amostra de 168 adolescentes portugueses. A 70 adolescentes foi administrado este programa grupal ao longo de 14 semanas. 98 adolescentes fizeram parte de um grupo de controlo sem intervenção. Foram efetuados follow ups aos 6, 12 18 e 24 meses, com a aplicação de entrevistas diagnósticas. Uma análise de sobrevivência mostrou uma taxa significativamente menor de primeiros  episódios depressivos nos adolescentes que participaram no programa de prevenção, em comparação com o grupo de controlo. Os efeitos do programa foram semelhantes aos  obtidos no estudo anterior islandês.

Regulamento para Comunicações Livres

(Comunicação oral ou Poster)

XX Jornadas de Psicologia do Instituto Universitário de Ciências da Saúde:
“Adolescer”
11 e 12 de abril de 2018

 

  1. A. Comunicações Orais
    Envio e apreciação
    As propostas para comunicações orais devem ser enviadas para Núcleo de Psicologia Clínica AE IUCS (aeiscsn.npc@gmail.com) em formulário próprio até dia 5 de abril em suporte informático, MS Word, respeitando as normas indicadas. Todas as propostas serão submetidas à apreciação da Comissão Científica das Jornadas. Só serão aceites comunicações originais.

    Apresentação
    As comunicações deverão ser apresentadas por um dos autores no horário estipulado para as “Comunicações Livres”. Estão previstos 15 minutos para cada comunicação, seguidos de debate. A sala dispõe de computador e data show.

    B. Posters
    As propostas para posters devem ser enviadas para Núcleo de Psicologia Clínica AE IUCS (aeiscsn.npc@gmail.com) em formulário próprio até dia 5 de abril, sendo submetido a apreciação pela  Comissão Científica das Jornadas.
    Sendo aceite, o poster (medidas máximas 90 por 120cm) terá que ser entregue a um dos elementos do Núcleo de Psicologia, no edifício da Alfândega do Porto, no dia 11 de abril entre as 9 e as 10 horas. Os posters estarão em exposição até ao fim das Jornadas sendo alvo de apreciação, no dia 12 de abril, por um júri destacado para o efeito.

 

Link de Acesso ao Formulário para Submissão Comunicações Livres